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Bem Aqui – Bem Agora - Texto por Gilbert Schulz

Bem Aqui – Bem Agora


Bem aqui, bem agora, a realidade Ultima é claramente óbvia.
Contudo ninguém a vê como óbvia.
As pessoas imaginam que ‘chegarão’ a um ‘Entendimento Final’.
Isso é uma impossibilidade.
A fabricação que é uma ‘pessoa’ não tem qualquer conexão com a
Essência Universal de Ser, a qual é Entendimento em si mesma. A
‘pessoa’ é um conceito que apenas ‘parece ser’.
À medida que o ‘pessoal’ se dissolve em espaço vazio, o que
acontece muitas vezes ao dia para todos nós, o conhecimento
claro, direto e imediato é deixado, como ele é, sem nenhum
estorvo – Como ele sempre É. A mente presa em buscar, perde o
óbvio.

Essa imediacidade é tão claramente evidente – contudo poucos
vêem seu verdadeiro valor.
Como um padrão individualizado de energia, você está submerso
nela como uma baleia no oceano.
Não há qualquer palavra que possa descrevê-la porque ela está
alem de toda descrição e linguagem. Ela não é um estado.
Contudo ela está tão profundamente presente. Toda partícula
nesse universo está suspensa nessa vasta e não-midiada presença.
Sem nomear nada, sem criar um mundo conceitual de partículas,
tudo é visto como transparente, vazio. A vastidão diante de seus
olhos e a vastidão atrás de seus olhos é Uma vasta presença singular.
Tudo que aparece, parece flutuar dentro de seu próprio espaço de
saber – sua ‘verdadeira natureza’.
Sempre imediata, ela é essa imediata vivicidade.
A evidencia clara e óbvia parece ser obscurecida simplesmente
porque o conteúdo da mente é acreditado como sendo algo substancial.
Despertude jamais é obscurecida. Sua própria natureza é
inteligência aberta – incondicionada por qualquer passado.
Não há nem mesmo uma partícula de pó (objetividade) nessa clara
e aberta percepção.

A ‘entidade’ é simplesmente uma aparência conceitual NISSO.
Paradoxalmente para a mente dualística, não há ninguém que
possa saber isso.
Saber É. Saber é anterior a tudo, incluindo todo ‘quem’ ou
personalidade.
Não importa ‘quem’ você é não importa ‘onde’ você está a
situação básica é a mesma para todos nós. Bem ali, há um corpo
aparecendo no espaço. Não é outro alem da expressão imediata
dessa imediata energia de inteligência, aparecendo como uma
forma.
Dentro desse (seu) corpo também aparece (muito provavelmente)
um conceito habitual relativo a um ‘individuo’, uma ‘entidade’ que
reside nele.
‘Sim esse sou eu’, você pode dizer.
No ‘espaço de saber’, no qual tudo aparece, esse conceito de um
‘mim’ também aparece.
Se você examina, se investiga essa aparição de um ‘mim’, esse
conceito ou idéia, ele revela algo extraordinário, distintamente
diferente da visão usual aparente do assim-chamado, indivíduo.
Todos os objetos aparecem nesse espaço ABERTO do saber e em
nenhum outro lugar.
Se você não inclui conscientemente esse (seu) corpo e o conteúdo
da mente dentro desse espaço de saber, então a aparente
substancialidade de uma ‘entidade’ (eu) não é transcendida.
Para o assim-chamado buscador da verdade, na estória de sua
busca, esse pequeno passo ou movimento de atenção pode ser o
maior ponto de virada.

Sem um pensamento e sem confiar em qualquer processamento
ou nomeação mental, algo bastante extraordinário se abre. Nós
podemos chamá-lo de uma mudança de perspectiva.
Contudo essa perspectiva aberta tem estado sempre aqui.
Abandone todas as idéias sobre tempo, passado, presente e futuro
e sente-se com essa imediacidade.
Sem um pensamento ou conceito, tudo é um viver claro, aberto e
espontâneo.
Obvia pura clareza de ser. Isso é muito sutil para a mente baseada
em palavra, porque em sua inteira e maravilhosa infinita
imensidão, ela é totalmente não-conceitual.

O primeiro instante de cognição é não-conceitual. Esse primeiro
instante é sempre presente. Momento Único de Eterna Realização.
Tudo o que você factualmente vê é essa imediata vivicidade. A
mente adquirida, de ‘coisas’ aprendidas, adiciona suas palavras e
conceitos. Esses aparecem dentro do escopo do puro ver, então
você pode deduzir disso, que o ver é anterior às palavras e
conceitos. Todo conceito e aparências estão aparecendo dentro do
escopo do ver. Como uma aparência aparece sem o ver?
O que você realmente é, nesse momento, é um vazio cognitivo,
isso é de fato um ‘não-ser’, do qual TODO o ser surge.
Você não pode saber isso de qualquer forma fixa e finita porque
isso é infinito e sempre novo.
Puro saber é isso e, contudo ele nunca é uma ‘coisa’ em um
‘mundo’. Todas as palavras aparecem nesse infinito saber.
Não há nenhuma entidade nisso para se importar ou não se
importar e isso sempre parecerá um paradoxo para o intelecto.
Contudo, quando as fundações das crenças errôneas afrouxarem,
pode surgir um aparente aumento de ressonância com esse
infinito saber. Ele permanece como puro saber e palavras falham
em expressá-lo. O compartilhar de tal saber como conhecimento
não é possível porque ele é sempre prévio a qualquer ponte verbal,
conceitual que possa ser aparentemente construída pelo professor e seu/sua estudante.
Basicamente: O esclarecimento de crenças errôneas revela o que já
está presente.

O fato básico do ‘ser’ imediato é o primeiro instante de saber.
Isso é o que você é e é sempre experienciado direta e
imediatamente, não importa como ele apareça em seu aspecto
fenomenológico.
De que são feitas as dúvidas?
Contemple isso.


Comentários

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