Simplicidade não é a mera ostentação exterior. O ajustamento a um padrão de simplicidade é exibicionismo; confere respeitabilidade ao homem que se cobre com uma tanga. Ser sanyasi é uma forma burguesa de respeitabilidade. Mas, o santo nunca conhecerá a simplicidade, porque não é simples; vive numa batalha perpétua consigo mesmo. E encontrar, descobrir a verdade, é compreender a natureza da observação, é observar sem pensamento, sem interferência do pensamento, sem o tempo.
E temos de compreender esse “espaço do silêncio”, de compreender toda a questão da experiência. Todos desejamos experiências; quanto mais experiências, melhor. Porque estamos fartos da experiência diária da vida. Com ela já nos acostumamos e, por isso, dizemos “Queremos mais experiência; ir à Lua, viver no fundo do mar; mais e mais experiência!” — Mas, na mente que busca experiência ou está saturada de experiência, não existe espaço e, por conseguinte, não há silêncio.
Por “experiência”, entendemos a “resposta” ou reação a um desafio. Vejo o poente — isso é uma experiência. Estou passeando pela estrada e piso numa imundície — isso é uma experiência. Entro num ônibus, e o condutor mostra-se descortês — isso é uma experiência. Falo com minha mulher — isso é uma experiência. A vida é um movimento infinito, de “desafio” e “reação”. Acontece que a maioria de nós se acostuma com esse “processo” de desafio e reação.
Ir para o emprego durante cada dia da vida, ou dc alvoroço porque estais passando à frente de vosso colega, ganhando um pouco mais do que ele, e podeis beber um pouco mais do que, ou possuir um carro melhor ou uma casa melhor. Tudo isso faz parte da experiência da vida. E quando, afinal, vós — vosso cérebro, vosso coração, vossa mente — vos vedes inteiramente consumido pela rotina, desejais então um pouco mais; buscais a Deus — o que quer que seja essa coisa que chamais “Deus”.
Quereis, pois, mais, mais, sempre mais! Esse mais pode se obter por meio de drogas que vos põem num estado de extraordinária sensibilidade. Nesse estado tendes uma experiência inédita, conforme vosso temperamento, vossas idiossincrasias, vosso condicionamento. Se sois sacerdote, podeis ter uma estupenda experiência; e essa breve experiência poderá alterar todo o curso de vossa vida. Contudo, continuareis a viver em busca de experiências. É o que está fazendo a maioria de nós. Quando deliberadamente vos sentais para meditar, é isso o que quereis. E a mente que está a lutar, em busca de mais experiência, mais excitações, mais sensações — essa mente não está em silêncio; por conseguinte, só tem experiência dentro do estreito âmbito de seu condicionamento e de seu conhecimento.
É necessário, pois, compreender integralmente o “processo” da experiência; .só então a mente não mais buscará experiências — não porque se tenha tornado estúpida, ou porque não haja mais experiências, ou porque se sinta satisfeita com determinada e sublime experiência, a ponto de dizer: “Basta!” — A busca de experiência é uma outra forma de avidez. E a sabedoria não se alcança mediante experiência. Só há sabedoria quando há a reação emanada do silêncio.
Jiddu Krishnamurti
E temos de compreender esse “espaço do silêncio”, de compreender toda a questão da experiência. Todos desejamos experiências; quanto mais experiências, melhor. Porque estamos fartos da experiência diária da vida. Com ela já nos acostumamos e, por isso, dizemos “Queremos mais experiência; ir à Lua, viver no fundo do mar; mais e mais experiência!” — Mas, na mente que busca experiência ou está saturada de experiência, não existe espaço e, por conseguinte, não há silêncio.
Por “experiência”, entendemos a “resposta” ou reação a um desafio. Vejo o poente — isso é uma experiência. Estou passeando pela estrada e piso numa imundície — isso é uma experiência. Entro num ônibus, e o condutor mostra-se descortês — isso é uma experiência. Falo com minha mulher — isso é uma experiência. A vida é um movimento infinito, de “desafio” e “reação”. Acontece que a maioria de nós se acostuma com esse “processo” de desafio e reação.
Ir para o emprego durante cada dia da vida, ou dc alvoroço porque estais passando à frente de vosso colega, ganhando um pouco mais do que ele, e podeis beber um pouco mais do que, ou possuir um carro melhor ou uma casa melhor. Tudo isso faz parte da experiência da vida. E quando, afinal, vós — vosso cérebro, vosso coração, vossa mente — vos vedes inteiramente consumido pela rotina, desejais então um pouco mais; buscais a Deus — o que quer que seja essa coisa que chamais “Deus”.
Quereis, pois, mais, mais, sempre mais! Esse mais pode se obter por meio de drogas que vos põem num estado de extraordinária sensibilidade. Nesse estado tendes uma experiência inédita, conforme vosso temperamento, vossas idiossincrasias, vosso condicionamento. Se sois sacerdote, podeis ter uma estupenda experiência; e essa breve experiência poderá alterar todo o curso de vossa vida. Contudo, continuareis a viver em busca de experiências. É o que está fazendo a maioria de nós. Quando deliberadamente vos sentais para meditar, é isso o que quereis. E a mente que está a lutar, em busca de mais experiência, mais excitações, mais sensações — essa mente não está em silêncio; por conseguinte, só tem experiência dentro do estreito âmbito de seu condicionamento e de seu conhecimento.
É necessário, pois, compreender integralmente o “processo” da experiência; .só então a mente não mais buscará experiências — não porque se tenha tornado estúpida, ou porque não haja mais experiências, ou porque se sinta satisfeita com determinada e sublime experiência, a ponto de dizer: “Basta!” — A busca de experiência é uma outra forma de avidez. E a sabedoria não se alcança mediante experiência. Só há sabedoria quando há a reação emanada do silêncio.
Jiddu Krishnamurti
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