Pular para o conteúdo principal

O SILÊNCIO COMO GUIA Por Satyaprem.

O SILÊNCIO COMO GUIA
Por Satyaprem
Atente para aquilo que é essencialmente você, e pare de pensar a respeito do que quer que seja. Veja se existe alguma marca no Silêncio que você é. Há alguma outra maneira de sofrer por algo que passou, senão pensando? Sem pensar, não tem como doer. E, atenção! Não proponho que negue o que aconteceu, apenas não repense, não reconte, permaneça no agora e o sofrimento começa a desprender-se de você.
Você está apegado aos acontecimentos. Em si, as coisas não têm vitalidade, não são nada. Você é quem dá valor a tudo o que vê. Se não reconta e não se apega, as coisas se desprendem, deixam de existir, e você deixa de estar triste. Mas isso põe a sua identidade em xeque. Assumindo essa realidade, você não precisará mais de ajuda, e não será mais vítima de nada.
A posição de vítima, embora dolorosa, é confortável – faz com que você consiga algumas coisas –, mas não passa de uma mendicância. O meu convite, portanto, é para que você entre em Si e pare de contar histórias, descubra que você não é um mendigo. Isso não é desejável?
Sem dar tanto valor às coisas que aconteceram, você começa a dar valor ao que está acontecendo no momento presente, ao que importa. Dando valor às coisas que aconteceram ontem, você tende a querer repetí-las – quando boas –, ou evitá-las – quando foram ruins. Ao tentar evitar ou na afirmação delas, você as repete. Porém, no momento presente, se não quer nem uma coisa nem a outra, você se surpreende totalmente com o que acontece. O presente é sempre novo.
Você não pensa, descubra quem é que pensa! Separe o joio do trigo e seja seu próprio Mestre, seu Mestre interior. Quem é você? A menos que saiba, a minha pergunta e a sua resposta não serão entendidas. O Ser não pode temer o descontrole, porque o Ser não sofre descontrole de forma nenhuma. Quem teme o descontrole é a parte, o ego. Identificado com o todo, você não teme o descontrole. Na verdade, você ama o descontrole – e, nesse sentido, descontrole significa espontaneidade.
O ego não suporta a espontaneidade, porque ele sempre tem que planejar, precisa estar sempre impecável. Se não for assim, ele está de cabeça para baixo.
Observe o seu dia-a-dia e veja se ele é baseado na espontaneidade ou no planejamento. Comece a entender o que guia o seu dia-a-dia. Onde está assentado o seu centro? O seu centro está no ego ou no Ser, no Silêncio que você é?
site: http://www.satyaprem.com/website/index.php

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A AUSÊNCIA DE DESEJOS, A MAIOR BEM-AVENTURANÇA - Texto por NISARGADATTA MAHARAJ

A AUSÊNCIA DE DESEJOS, A MAIOR BEM-AVENTURANÇA Texto por NISARGADATTA MAHARAJ Pergunta: Encontrei-me com muitas pessoas realizadas, mas nunca com um homem liberado. Você já conheceu algum homem liberado, ou a liberação significa, entre outras coisas, abandonar também o corpo? Maharaj: O que você entende por realização e liberação? P: Por realização quero dizer uma experiência maravilhosa de paz, bondade e beleza, quando o mundo faz sentido e há uma unidade que a tudo permeia de substância e essência. Apesar de tal experiência não durar, não pode ser esquecida. Brilha na mente como recordação e desejo. Sei do que estou falando porque tenho tido tais experiências. Por liberação quero dizer estar permanentemente neste estado maravilhoso. O que pergunto é se a liberação é compatível com a sobrevivência do corpo. M: O que está errado com o corpo? P. O corpo é muito débil e de breve duração. Cria necessidades e desejos. Limita-nos dolorosamente. M: E daí? Que as expressões físicas sejam l...

Quem sou eu? Texto por Sri Ramana Maharshi

Quem sou eu?               Sri Ramana Maharshi (oferecido por Felipe Ubaldo)    Eu não o corpo físico, composto de sete humores (dhatus). Eu não sou os cinco sentidos (audição, toque, visão, paladar e olfato), que apreendem seus objetos respectivos (som, sensação, forma, gosto e cheiro). Eu não sou os cinco órgãos da ação: fala, locomoção, manipulação, excreção e procriação, com suas respectivas funções (falar, movimentar, segurar, expelir e desfrutar). Eu não sou as cinco energias vitais (prana, etc), que executam as cinco funções de inspiração, etc. Eu não sou nem mesmo a mente que pensa. Eu não sou o estado de incognoscibilidade, no qual restam apenas as impressões residuais dos fenômenos, e no qual não há nem fenômenos nem atividade. Se eu não sou nada disso, então quem sou eu?    Depois de negar tudo o que foi mencionado como “não isto”, aquela Consciência que permanece por si só – eu ...

Ainda Buscando? - Texto por Gilbert Schulz 💚🙏

Ainda Buscando? - Texto por Gilbert Schulz 💚🙏 Você pode ser novo nessa cena de Não-dualidade ou você pode ter estado próximo dela por um longo tempo. Isso não importa realmente. Se você ainda está buscando, significa que você perdeu o núcleo da Mensagem. Ela deve atingi-lo com uma ressonância e isso acontecerá se você estiver aberto. Essa parte é com você. Alguns requerem uma devastação para abri-los, mas isso não é necessário. Como um tipo de exercício, eu sugiro que você vá ao espelho mais próximo e dê uma boa olhada em seu reflexo. Então pergunte a si mesmo, você realmente quer ser livre? Seu reflexo não te responderá. Você não espera que ele o faça. Contudo você espera que o espelho em sua mente responda todas as suas ordens. A mente apenas reflete ‘o que é’. Ela interpreta o que é visto e adiciona elaborações e distorções às imagens. O que quer que apareça conceitualmente na mente não é o que você é. Olhe dentro do espaço aberto para além do que quer que surja na mente. Olhe a...